CAROLINA DE DEUS

Aos 22 anos, Carolina de Deus frequenta, em Lisboa, cidade onde nasceu, o quarto ano de uma licenciatura em Direito. Mas se lhe perguntarmos se vê o seu futuro profissional a passar pelo mundo das leis e dos tribunais, não hesita um segunda na resposta: “Esse é um plano B, o plano A é mesmo a música.”

Ainda não tem nenhum disco editado, mas já tem dado nas vistas em vários palcos do País. O lançamento da primeira canção, Talvez, no início deste ano, provocou tanto interesse que a levou a ser a artista portuguesa mais pesquisada na aplicação Shazam, em Portugal, por essa altura, e já ultrapassou o milhão de visualizações no YouTube. Entretanto, divulgou também o tema Querido Futuro Namorado . Sempre com música e letras suas. Um EP com seis canções está previsto para o início do próximo ano, e Carolina de Deus até já tem datas de concertos marcadas para o apresentar: a 12 de abril no Teatro Maria Matos, em Lisboa, e a 20 de abril no Teatro Sá da Bandeira, no Porto.

Desde muito pequena que gosta de música, e a partir dos 13 anos começou a pensar mais a sério no assunto, influenciada pela sua irmão mais velha, que também canta. Aos 15 até fez parte, como vocalista, de uma banda de rock. Dos pais também recebeu algumas influências: lembra-se das viagens de carro com o pai a ouvir José Cid ou Rita Lee e do gosto da mãe por artistas brasileiros como Elis Regina, Caetano Veloso e Seu Jorge. O primeiro concerto que a “marcou a sério” foi dos Rolling Stones, no Rock in Rio, em 2014.

Para sonhar a sério com uma carreira no mundo da música, houve um momento de viragem importante para esta autodidata (no piano mas dando uns toques, também, na guitarra). Aos 19 anos participou no concurso televisivo da RTP La Banda, que a obrigou a estar seis meses só dedicada a experimentar várias vertentes da vida de um artista musical. Quem a inscreveu para esse programa foi a mãe, sem ela saber de nada: “Comecei por ficar muito envergonhada, mas depois foi uma ótima experiência”, conta Carolina.

Nunca teve um ídolo, daqueles que ocupam as paredes dos quartos dos adolescentes em grandes posters, uma obsessão musical. Como é frequente em quem cresceu no século XXI, sempre ouviu um pouco de tudo, espreitando aqui e ali. Mas, hoje, consegue alinhar os nomes de alguns artistas que são uma referência para si: Bárbara Tinoco (“Fiquei totalmente hipnotizada a primeira vez que a vi ao vivo”), Sabrina Carpenter, Jorge Palma, Quatro e Meia e Carolina Deslandes. Nos seus concertos é habitual ouvirem-se algumas versões – Serenata, de Slow J, Feeling Good, de Nina Simone ou Je Veux, da francesa Zaz.